OS POVOS INDÍGENAS

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Indígenas(INDIO)

ão designados como povos aborígenesautóctonesnativos, ou indígenas aqueles que viviam numa área geográfica antes da sua colonizaçãopor outro povo ou que, após a colonização, não se identificam com o povo que os coloniza. A expressão povo indígena, literalmente "originário de determinado país, região ou localidade; nativo", é muito ampla, abrange povos muito diferentes espalhados por todo o mundo. Em comum, têm o fato de que cada um se identifica com uma comunidade própria, diferente acima de tudo da cultura do colonizador.
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ONU definiu em nota técnica que:
"As comunidades, os povos e as nações indígenas são aqueles que, contando com uma continuidade histórica das sociedades anteriores à invasão e à colonização que foi desenvolvida em seus territórios, consideram a si mesmos distintos de outros setores da sociedade, e estão decididos a conservar, a desenvolver e a transmitir às gerações futuras seus territórios ancestrais e sua identidade étnica, como base de sua existência continuada como povos, em conformidade com seus próprios padrões culturais, as instituições sociais e os sistemas jurídicos. 

Povos indígenas 

Austrália 

Aborígenes australianos em foto de 1939.
Os aborígenes australianos formam uma população, assim como os grupos indígenas, que foi vítima de massacres pelos colonizadores e discriminados por parte da população dita civilizada. Os colonizadores ingleses foram os primeiros responsáveis pelos massacres das comunidades indígenas australianas. Soldados ingleses aproximavam das aldeias e ofereciam agrados para a população local. Entretanto, outros soldados envenenavam com arsênio a água e os alimentos dessa população.  Vários aborígenes morreram em consequência do envenenamento causado por esse elemento químico. Atualmente os aborígenes correspondem a 1% da população australiana.
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  Os aborígenes australianos são os habitantes originais do continente australiano e de suas ilhas próximas.  Dados recentes indicam que os australianos nativos são, provavelmente, descendentes dos primeiros humanos modernos a migrar para fora da África. Eles migraram do continente africano para a Ásia há cerca de 70 mil  e chegaram à Austrália em torno de 50 mil anos atrás.   Os nativos do Estreito de Torres são indígenas das ilhas localizadas no Estreito de Torres, que estão no extremo norte de Queensland, perto dePapua-Nova Guiné. O termo "aborígene" é tradicionalmente aplicado apenas aos habitantes indígenas do continente australiano e daTasmânia, junto com algumas das ilhas adjacentes, ou seja: os "primeiros povos" da região. "Australianos indígenas" é um termo abrangente usado para se referir também aos ilhéus aborígenes do Estreito de Torres.
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  Os mais antigos restos humanos encontrados até agora são os do Homem de Mungo, que foram datados em cerca de 40.000 anos (embora a comparação do DNA mitocondrial com a dos aborígines antigos e modernos indicam que o Homem de Mungo não tem relação com os aborígines australianos). No entanto, o tempo de chegada dos antepassados dos indígenas australianos é uma questão ainda em debate entre os pesquisadores, com estimativas que datam de até 125 mil anos atrás.  Há uma grande diversidade entre as diferentes comunidades e sociedades indígenas australianas, cada uma com sua própria mistura única de culturas, costumes e idiomas. Na Austrália atual estes grupos são divididos em comunidades locais
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  Embora houvesse entre 250 e 300 línguas faladas com 600 dialetos no início da colonização europeia, menos de 200 ainda permanecem em uso  e todas, exceto 20, são consideradas ameaçadas de extinção.  Atualmente, a maior parte do povo aborígene também falam inglês, sendo que a adição de frases e palavras aborígenes estão a criar o inglês australiano aborígene. A população de indígenas australianos na época da colonização europeia é estimado entre 318 mil  e 1 milhão de habitantes,  com uma distribuição semelhante ao da população australiana atual, a maioria vivendo no sudeste, centrado ao longo do rio Murray. 
Desde 1995, a bandeira aborígene australiana e a bandeira dos nativos do Estreito de Torres são consideradas oficiais pelo governo australiano.
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América 

Quando os europeus chegaram ao continente americano no século XV ele era habitado por centenas de etnias nativas. Durante o processo dacolonização as populações nativas foram escravizadas, tendo havida expressiva depopulação.
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Índio, indígena ou nativo americano são os nomes dados aos habitantes humanos da América antes da chegada dos europeus, e os seus descendentes atuais. A hipótese mais aceite para a sua origem é que os primeiros habitantes da América tenham vindo da Ásia atravessando a pé o Estreito de Bering, no final da idade do gelo, há 12 mil anos.
O termo "índio" provém do fato de que Cristóvão Colombo, quando chegou à América, estava convencido de que tinha chegado à Índia, haja vista que o gentílico espanhol para a pessoa nativa da Índia é indio (índio), e dessa maneira chamou os povos indígenas que ali encontrou. Por essa razão também, ainda hoje se refere às ilhas do Caribe como Índias Ocidentais.
Mais tarde, estes povos foram considerados uma raça distinta e também foram apelidados de peles vermelhas. O termo ameríndio é usado para designar os nativos do continente americano, em substituição às palavras "índios", "indígenas" e outras consideradas preconceituosas.
Na América do Norte, estes povos são conhecidos também pelas expressões povos aborígenesíndios americanosprimeiras nações (principalmente no Canadá), nativos do Alascaou povos indígenas da América. No entanto, os esquimós (inuityupik e aleutas) e os métis (mestiços) do Canadá, que têm uma cultura e genética diferente dos restantes, nem sempre são considerados naqueles grupos.
Estes termos compreendem um grande número de distintas tribosestados e grupos étnicos, muitos dos quais vivendo como comunidades com um estatuto político.
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Origem dos primeiros americanos 

Evolução do trecho de terra que ligava o nordeste asiáticoàs Américas, a teoria mais aceita para a origem dos ancestrais dos povos ameríndios, é a de que eles seriam caçadores-coletores que atravessaram a pé este trecho que ligava o continente asiático à América e uma vez na América, foram migrando em direção ao sul. Uma das etnias ameríndias que tem mais parentesco com os povos do nordeste asiático são osesquimós
Até recentemente, a interpretação mais largamente aceite baseada nos achados arqueológicos era de que os primeiros humanos nas Américas teriam vindo numa série de migrações da Sibéria para o Alasca através de uma língua de terra chamadaBeríngia, que se formou com a queda do nível dos mares durante a última idade do gelo, entre 24 e 9 mil anos atrás.
Na rota do Sul mudaram o pensamento dos arqueólogos. O fóssil de uma mulher com 11 mil anos foi encontrado pelaarqueóloga francesa Annette Laming-Emperaire na década de 1970. O fóssil recebeu o nome de Luzia, apelido dado carinhosamente pelo biólogo Walter Alves Neves, do Instituto de Biociências da USP
Ao estudar a morfologia craniana de Luzia, Neves na década de 1990, encontrou traços que lembram os atuais aborígenes daAustrália e os negros da África. Ao lado do seu colega argentino Héctor Pucciarelli, do Museo de Ciencias Naturales de la Universidad de La Plata, Neves formulou a teoria de que o povoamento das Américas teria sido feito por duas correntes migratórias de caçadores e coletores, ambas vindas da Ásia, provavelmente pelo estreito de Bering, mas cada uma delas composta por grupos biológicos distintos. A primeira teria ocorrido 14 mil anos atrás e seus membros teriam aparência semelhante à de Luzia. O segundo grupo teria sido o dos povos mongolóides. A chegada dos mongolóides na América é estimada em 11 mil anos, dos quais descendem atualmente todas as tribos indígenas das Américas.

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Existem outras teorias sobre a origem dos nativos americanos:
  • Vários antropólogos, historiadores e arqueólogos têm sugerido que os nativos americanos são descendentes, quer de europeus, quer africanos que atravessaram o Oceano Atlântico. Alguns apontam a semelhança física entre os Olmecas e os africanos. Thor Heyerdahl demonstrou que é possível navegar da África para a América numa réplica dum barco de papiro do antigo Egito.
  • A maioria das religiões dos nativos americanos ensinam que os humanos foram criados na América no princípio dos tempos e sempre ali viveram.
  • A doutrina Mórmon diz os ameríndios são descendentes de Lehi e dos nefitas, personagens do Livro de Mórmon que teriam sido Israelitas que chegaram à Américas cerca de 590 AC.
  • No século XIX e princípios do século XX, houve proponentes da existência continentes perdidos, entre os quais Atlântida, e Lemúria, de onde poderiam ter vindo os primeiros habitantes humanos das Américas.

O mais provável, no entanto, é que as Américas tenham sido colonizadas por vagas de povos de diferentes origens, ao longo dos tempos, dando origem ao complexo mosaico de povos e línguas que hoje existem. E é possível, igualmente, que esses povos – tal como aconteceu em tempos históricos, bem documentados – tenham substituído ou tenham se juntado com populações originais que lá já existiam.
Os primeiros colonizadores das Américas (ameríndios) não tinham tecnologia de confecção de artefatos líticos muito evoluídos, pois há indícios que seus instrumentos de caça eram pedrascachorros domesticados para este fim. Os caçadores e coletores, tiveram um rápido avanço em direção ao sul, e tinham instrumentos de caça mais evoluídos, como por exemplo projéteis pontiagudos

Brasil 

O Caçador de Escravos
de Jean-Baptiste Debret.
A presença dos índios no território brasileiro é muito anterior ao processo de ocupação estabelecido pelos exploradores europeus que aportaram em suas terras. Segundo estimativas, a população indígena brasileira variava entre três e cinco milhões de habitantes.3 Nessa vasta população, havia a presença de etnias de diferentes filiações linguísticas, entre as quais podem-se citar os panoscaribestupi-guaranisjês e outros.
Aponta-se para uma tendência do índio passar a viver em cidades para poder estudar e ter acesso a outros recursos e o risco de favelizaçãodiante das dificuldades para se manter no meio urbano  
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  Os povos indígenas do Brasil compreendem um grande número de diferentes grupos étnicos que habitam o país desde milênios antes do início da colonização portuguesa, que principiou no século XVI, fazendo parte do grupo maior dos povos ameríndios.
No momento da Descoberta do Brasil, os povos nativos eram compostos por tribos seminômades que subsistiam da caçapesca,coleta e da agricultura itinerante, desenvolvendo culturas diferenciadas. Apesar de protegida por muitas leis, a população indígena foi amplamente exterminada pelos conquistadores diretamente e pelas doenças que eles trouxeram, caindo de uma população de milhões para cerca de 150 mil em meados do século XX, quando continuava caindo. Apenas na década de 1980 ela inverteu a tendência e passou a crescer em um ritmo sólido. No censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010, 817 963 brasileiros se autodeclararam indígenas, embora milhões de outros tenham algum sangue índio em suas veias. Ainda sobrevivem diversos povos isolados, sem contato com a civilização.
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  Os povos indígenas brasileiros deram contribuições significativas para a sociedade mundial, como a domesticação da mandioca e o aproveitamento de várias plantas nativas, como o milho, a batata-doce, a pimenta, o caju, o abacaxi, o amendoim, o mamão, aabóbora e o feijão. Além disso, difundiram o uso da rede de dormir e a prática da peteca e do banho diário, costume desconhecido pelos europeus do século XVI. Para a língua portuguesa legaram uma multidão de nomes de lugares, pessoas, plantas e animais (cerca de 20 mil palavras), e muitas de suas lendas foram incorporadas ao folclore brasileiro, tornando-se conhecidas em todo o país.
Também foram importantes aliados dos portugueses, mesmo involuntários, na consolidação da conquista territorial, defendendo e fixando cada vez mais distantes fronteiras, e deram grande contribuição à composição da atual população nacional através damestiçagem.
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  Suas culturas diversificadas compunham originalmente um rico mosaico de tradições, línguas e visões de mundo que, depois de serem longamente desprezadas como típicas de sociedades bárbaras, ingênuas e atrasadas, ou no máximo apreciadas como exotismos e curiosidades, hoje já começam a ser vistas em larga escala como culturas complexas, sofisticadas em muitos aspectos, interessantes por si mesmas e portadoras de valores importantes para o mundo moderno, como o respeito pela Natureza e um modo de vida sustentável, merecendo consideração como qualquer outra. Mesmo assim, a degradação das culturas tradicionais pelo contato assíduo com a civilização tem sido rápida mesmo dentro das reservas, acarretando penosas repercussões sociais.
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  Para muitos observadores, o destino dos povos indígenas do Brasil ainda é incerto, e esperam muitas lutas pela frente. Os conflitos que os envolvem continuam a se multiplicar; mortes, abusos, violência e disrupção interna continuam a afligir muitas comunidades, mesmo com todos os avanços e toda proteção jurídica, com toda a conscientização política das comunidades e sua mobilização conjunta, e mesmo com o apoio de expressiva parcela da população brasileira não-índia e organismos internacionais. Há poderosos interesses políticos e econômicos em jogo, e mesmo interesses culturais. Ainda falta muito para que eles consigam garantir suas terras e uma sobrevivência digna e independente da tutela do governo, que historicamente os entendeu como incapazes e chamou a si a responsabilidade de "administrá-los", mas tem sido também incapaz de assegurar-lhes os direitos que já foram definidos constitucionalmente, e vem sendo acusado até de promover profundos retrocessos de maneira deliberada que dão continuidade a um secular genocídio, atraindo com isso pesadas e incessantes críticas em casa e no estrangeiro.
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Reservas indígenas no Brasil 

Como o próprio nome diz, Reservas Indígenas no Brasil, são áreas federais reservadas para a utilização dos indígenas brasileiros para servir-lhes como meio de subsistência. Essas áreas são importantes para conservação cultural brasileira. Em 2008, as áreas de reservas destinadas a grupos de indígenas no Brasil ocupavam cerca de 12,5% do território nacional. 

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